OKRs e a gestão do Programa de Viagens Corporativas

OKRs é a sigla para Objectives and Key Results, ou seja, Objetivos e Resultados chave.

Foi criado na década de 70 por Andrew Grove, co-fundador e que foi CEO da Intel por mais de 10 anos e apresentado para o grande público, em seu famoso livro “High output management”.

Na Intel, o sistema de gestão não se chamava OKR, se chamava iMBO – Intel Management by Objectives. O objetivo de Grove não era transformar o MBO (Management by Objectives and Self-Control de Peter Drucker), mas o de sugerir que os colaboradores passassem a escrever seu objetivos junto com os resultados chave, que na visão de Grove eram as etapas que direcionavam o colaborador a bater as metas.

Para Grove, os Key Results são marcos cronológicos que levariam os colaboradores a atingir seus objetivos. E os OKRs devem ser bidirecionais, ou seja, tanto da Companhia para atingir os objetivos estratégicos da organização quanto dos colaboradores para estimular o engajamento, assim os colaboradores deveriam decidir seus objetivos de acordo com os objetivos da Empresa.

John Doerr, sócio da Kleiner Perkins (atual KPCB), trabalhou na Intel e usou iMBOs como todo colaborador da Intel usava. Ele foi o responsável por difundir a metodologia no final dos anos 90, no Vale do Silício, começando por uma startup na época, o Google.

No Google, as OKRs assumiram diversas formas, encurtaram o ciclo que era de, até então, seis meses para trimestre e conquistaram fama mundial. 

Larry Page, cofundador do Google, afirma que “OKRs … ajudaram a levar o \[Google\] ao crescimento de 10x, repetidas vezes. Elas ajudaram a tornar a missão louca do Google de ‘organizar as informações do mundo’, talvez até viável … e mantiveram eu e o resto da empresa no timing certo e no caminho certo quando mais importava.”

Se a Empresa que você trabalha já usa OKRs, possivelmente você é familiarizado com a metodologia. Mas se você não usa na Gestão do Programa de viagens ou se você não conhecia até então ou não teve ainda a oportunidade de usar OKRs, vamos falar por onde começar.

Em seu livro Measure What Matters, em Português, Avalie o que Importa, como o Google, Bono Vox e a Fundação Gates sacudiram o mundo com os OKRs, John Doerr apresenta a metodologia e compartilha estudos de caso para demonstrar o foco, a agilidade e o crescimento que os OKRs estimulam nas grandes organizações.

Para Doerr é a metodologia do What and How, o O que e Como, sendo O que o Objetivo, a direção, onde queremos chegar e O como são os Key Results, os indicadores de resultado chave, como faremos para chegar lá.

Para começar, é necessário definir o Objetivo.

Para isso, leve em consideração que o objetivo deve ser claro, abrangente, significativo e inspirador, orientado à ação, alinhado ao objetivo estratégico e cultura da Empresa e ele não deve ser mensurável.

Reduzir x% do gasto em viagens corporativas ou implementar uma ferramenta de Expense, por exemplo, não são Objetivos para o Programa de Viagens.

Agora…

“Reduzir os gastos com viagens, criando melhoria nos processos com foco na segurança e satisfação do viajante” pode ser um objetivo do programa de viagens pois atende algumas das características que Doerr define para um objetivo.

Agora, pense nesse:

“Proporcionar a mais incrível experiência aos viajantes corporativos da Empresa, trazendo redução de custo e otimização de processos”.

Percebe a diferença? Passamos a ter todas as características. Quando falamos em mais incrível experiência, estamos trazendo inspiração e dentro disso, temos um leque muito grande de oportunidades em todos os pilares do Programa. Ele é um objetivo amplo e ainda abordamos redução de custos e otimização de processos.

Claro, esse objetivo faz sentido se a Organização tiver esse direcionamento no ano. Se a Empresa estiver em expansão, por exemplo, pode fazer mais sentido trocar redução de custo por eficiência de gasto ou seja, como viajaremos mais gastando menos?

Assim, seu objetivo poderia ser: “proporcionar a mais incrível experiência de viagem aos funcionários da Empresa, garantindo os melhores processos e eficiência de gastos”.

Bom, agora que você já tem  o Objetivo definido, o O que já está escrito, já sabemos a direção, onde queremos chegar. Agora é hora de definirmos como faremos para chegar lá, o O que, os Key Results, indicadores de resultado chave. Eles precisam ser específicos, delimitados pelo tempo, desafiadores, mas realistas, mensuráveis e verificáveis.

Na nossa metodologia, entendemos que são 05 os KRs necessários para um Programa de Viagens estratégico, assertivo e que gera resultado:

O primeiro deles é: você deve ter 95% de Maturidade do Programa que é calculado a partir do desenvolvimento dos pilares do Programa. Na belinkers usamos o CONNECT que é uma ferramenta exclusiva e desenvolvida para apoiar o gestor no desenvolvimento do Programa de Viagens;

2- O segundo indicador é ter 85% de ADO que é automação, digitalização e otimização de todos os processos existentes para operação e gestão dos serviços de viagem. Ele é calculado a partir do mapeamento de atividades e potencial de digitalização e otimização.

3- Terceiro: 95% de alinhamento de metas. Ou seja, é o desenvolvimento do Programa alinhado às metas corporativas da Empresa. Calculado através do preenchimento das metas corporativas correspondentes às atividades no Connect

4- O quarto indicador é 95% de eficiência de gasto no Programa de viagens, ou seja implementar 95% do potencial identificado para eficiência de gastos que é calculado a partir do preenchimento do Savings Plan.

5- O quinto indicador é 95% de satisfação do usuário, incluindo viajantes, stakeholders, secretários e assistentes, calculado através de pesquisas e  de indicadores de performance.

Perceba que até aqui, definimos onde queremos chegar e como faremos para chegar lá! Veja a conexão do objetivo com os indicadores.

E então, qual o próximo passo?

Agora é a hora de desdobrar esses KRs definindo quais ações serão necessárias trabalhar no trimestre para atingir o resultado.

Por exemplo, o que você precisa fazer no trimestre para aumentar a maturidade do Programa? Você não precisa fazer tudo de uma vez. Pense nos 04 trimestres do ano, planeje as ações, comece pelas de quick win que são as de ganho rápido, pode ser uma boa estratégia.

Dessa forma, a partir de um objetivo claro, abrangente, inspirador e alinhado aos objetivos estratégicos e à cultura da Empresa, trabalhamos para que as entregas estejam focadas no que importa naquele trimestre e assim sucessivamente.

Ainda, você tem a possibilidade de desdobrar os OKRs pelas áreas que mais viajam na Empresa. Como cada área e cada viajante pode contribuir para o atingimento dos resultados no trimestre?

Quer fazer como o Google e ter um crescimento de 10x, repetidas vezes? Experimente implementar OKRs na Gestão do Programa de Viagens da sua Empresa e colha resultados positivos.

Aproveite a facilidade de implementar e usar a metodologia e beneficie-se tendo foco, alinhamento estratégico, acompanhamento contínuo, compromisso, flexibilidade.

Na belinkers temos todas as ferramentas, conhecimento, repertório e estratégias para montar o Arsenal que TODO gestor de viagem precisa ter.