Fórum Econômico Mundial e as habilidades até 2025 e sua relação com o Profissional da Indústria de Viagens Corporativas.

Estamos passando por uma fase de transformação profunda, tudo ou praticamente tudo à nossa volta está sofrendo impactos dessa transformação que é mais conhecida como a quarta revolução industrial, a revolução digital, termo que foi cunhado em 2010 na Alemanha para expressar o maciço tsunami de tecnologias e seus efeitos.

Esse tsunami tem uma característica de conexão sem precedentes, que está produzindo informações igualmente sem precedentes, alguns especialistas afirmam que o conhecimento está se renovando a cada 12 horas.

Alvin Tofler que foi um escritor e futurista norte-americano, tem uma citação em que ele dizia: “ O analfabeto do século XXI não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender”. 

O isolamento social causado pela pandemia do Coronavírus mudou drasticamente o comportamento do consumidor e, notadamente, acelerou esse movimento, dando luz à digitalização e à convergência tecnológica, fazendo com que os negócios fossem transformados. A digitalização foi generalizada: no varejo, mercado financeiro, nos serviços e a tecnologia se destaca pois transita por todos os setores.

Com isso e para sobreviver no mercado de trabalho em constante transformação, surge a necessidade de desenvolver novas habilidades. 

O Fórum Econômico Mundial [FEM] publicou no fim de 2020 “O relatório do futuro do trabalho e as competências mais demandadas nos próximos cinco anos”, considerando a nova fase do mercado, no mundo pós-pandemia, e a consolidação da tecnologia no espaço profissional.

Mas antes de você gestor de viagens sair em busca de novas competências é preciso estar atento a desenvolver a capacidade de aprender novas habilidades, pois hoje as soft skills e as hard skills estão no mesmo nível.

Para você ter uma ideia, os empregadores afirmaram em pesquisa realizada pelo relatório do FEM, que, em média, fornecem cursos de requalificação e qualificação para 62% de sua força de trabalho. No entanto, o engajamento dos profissionais não é alto: na média, apenas 42% dos funcionários efetivamente fazem os cursos oferecidos pelas suas empresas. 

“Embora uma correspondência exata das habilidades não seja um pré-requisito para conquistar uma vaga de trabalho, a produtividade e o desenvolvimento em longo prazo dos funcionários no emprego são determinados pelo domínio das competências em suas respectivas áreas”, diz o relatório do FEM. Por isso, entender quais são as habilidades mais demandadas para os próximos anos pode ajudar a direcionar melhor a carreira e ficar de olho nessas habilidades para desenvolvê-las te colocará um passo à frente.. Segundo o relatório do FEM são 15 as habilidades que estarão em alta até 2025, sendo elas:

1. Pensamento analítico e inovação

2. Aprendizagem ativa e estratégias de aprendizado

3. Resolução de problemas

4. Pensamento crítico

5. Criatividade

6. Liderança

7. Uso, monitoramento e controle de tecnologias

8. Programação

9. Resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade

10. Raciocínio lógico 

11. Inteligência emocional 

12. Experiência do usuário 

13. Ser orientado a servir o cliente (foco no cliente) 

14. Análise e avaliação de sistemas 

15. Persuasão e negociação

Rebeca Toyama, especialista em estratégia de carreira, explica: “Vale dizer que não necessariamente você precisará desenvolver todas essas habilidades mas priorizar levando em consideração dois aspectos: primeiro, entender o que a sua função atual ou a função para a qual você quer se candidatar demanda mais; e segundo, entender quais habilidades você já possui e que, portanto, seriam mais facilmente aprimoradas” .

Estávamos habituados a referir-se ao acrônimo VUCA para representar as características do mundo que estávamos vivendo, mas ele perdeu força após a pandemia e deu lugar ao BANI que, em português, representa 04 características do mundo que estamos vivendo agora: Frágil, Ansioso, Não linear, Incompreensível. E, nesse mundo completamente transformado e em constante evolução, ficou ainda mais evidente a necessidade de uma atuação mais estratégica e menos operacional por parte do gestor de viagens. 

O mundo já vinha mudando em uma velocidade muito grande, mas agora vivemos a era da incerteza e os desafios estão muito mais constantes. 

O gestor de viagens é peça chave, crucial para, fazendo a gestão de um Programa de Viagens eficiente, trazer resultados para a Empresa. Aprimorar as habilidades e desenvolver novas é fundamental para que o gestor esteja apto a responder às necessidades desse novo mundo BANI.

Não há como dizer qual a habilidade mais importante, são complementares mas algumas das 15 habilidades listadas no relatório do FEM destacam-se para o gestor do agora:

O pensamento analítico que é a capacidade de analisar informações e dados de forma lógica, auxilia na tomada de decisão de forma mais acertada e, certamente facilita o trabalho do gestor. Nesse mundo incompreensível, em que há uma ausência da análise, as pessoas não procuram entender o que faz e o que não faz sentido, ser um profissional capaz de analisar os dados de forma lógica auxilia a conectar as estratégias do Programa de Viagens e reagir às mudanças que vão ocorrer ao longo do caminho.

A inovação, por sua vez, já vem sendo uma das habilidades mais importantes e já passou a eficiência operacional, e, com tantas funções desaparecendo completamente e outras novas sendo criadas, o profissional precisa ter a capacidade de inovar, reinventar e prever as próximas tendências. 

Aprendizagem ativa e estratégias de aprendizado ganham destaque nesse novo contexto: Aprender ativamente significa ter que pensar, entender e formar a própria opinião. É imperativo para as pessoas de destaque seguir em constante aprendizado, e isso pode se dar de várias formas: leituras, consumir vídeos, podcasts como você está fazendo aqui e buscar cursos em escolas e instituições que apliquem a metodologia de aprendizagem ativa, as que são mão na massa, em que o aluno faz aprendendo e aprende fazendo.

Resolução de problemas, pensamento crítico e liderança, assim como Resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade, estão entre as habilidades necessárias a todo profissional, incluindo você, gestor de viagem!

Pela natureza da atividade na gestão do Programa, Ser orientado a servir o cliente (ter foco no cliente), é vista como uma habilidade indispensável para realizar trabalhos em que se lida diretamente com os clientes ou entre grupos.

Tratar as pessoas como ser único, ter uma abordagem humanizada, praticar a empatia, assim é possível atender bem a diferentes tipos de perfis e, consequentemente, ter mais resultados.

E engana-se quem pensa que precisa ter ou desenvolver a habilidade de Persuasão e Negociação apenas se for um profissional da área comercial, de vendas. E isso porque, todo mundo é vendedor! 

Desenvolver essa habilidade te ajuda a “vender” uma ideia, um projeto para um colega de trabalho ou para o líder. Ainda, quando é necessário convencer alguém de algo: seus filhos a arrumar o quarto, seu companheiro(a) a uma viagem para um destino que você quer muito. A gente vende todo dia, o dia todo!

Em um mundo não linear, onde não existe uma conexão entre causa e efeito, usar a criatividade torna-se mais do que necessário. Essa é uma habilidade que libera o potencial que o nosso cérebro tem. A criatividade existe dentro da nossa mente e pode ser direcionada para a ação. Está ligada à nossa capacidade de invenção. E você? Se acha uma pessoa criativa? Se sua resposta foi não, não se desespere! Como toda habilidade, a criatividade pode ser desenvolvida.

O que pessoas criativas têm de diferente é um repertório amplo e a capacidade de recorrer a ele, desconstruir e construir algo novo baseado em suas vivências. O novo nasce da combinação do que se sabe com aquilo que se conhece. Por isso, relacionar-se com pessoas diferentes todos os dias, estudar sobre diferentes assuntos, fugir da rotina, ser curioso e não ter medo de errar aumentam seu repertório, fundamental para desenvolver a criatividade.

E você? Já mapeou quais habilidades você já possui e pode aprimorar? Identificou novas habilidades necessárias e traçou um plano para desenvolvê-las? Você está liderando a mudança ou está sendo liderado por ela?

Em Desobedeça: sua carreira pede mais, livro de Maurício Benvenutti ele fala que “As grandes oportunidades não nascem no senso comum de um mercado. Elas nascem nos limites, nas bordas, nas fronteiras desse comportamento mediano. E a única forma de você enxergar essas possibilidades é se permitindo questionar mais, interrogar mais e desobedecer mais a normalidade das coisas.”

Hoje só existe uma pessoa capaz de decidir o futuro da sua carreira: você!